Dec 10, 2006

"Porta-aviões" no Golfo da Guiné


São Tomé - A marinha norte-americana vai iniciar o processo de instalação de um sofisticado sistema de radares de vigilância no espaço marítimo são-tomense, anunciou a Embaixada dos EUA em Libreville, Gabão.
Será instalado no território marítimo são-tomense um sofisticado sistema de radares de vigilância com um alcance que abrangerá a África Central com uma especial incidência no Golfo da Guiné, que, segundo a diplomacia americana, visa a localização, identificação e obtenção de informações dos navios que circulam espaço marítimo exclusivo do arquipélago, um projecto avaliado em 18 milhões de dólares. Este projecto está enquadrado no programa do centro regional de vigilância marítima, REMC (Regional Maritime Awareness Center) no Golfo da Guiné.Segundo o conselheiro científico do Comando das Forças Navais americanas na Europa, baseado em Itália, do qual depende África, John Mittlemen, este sistema de radar em São Tomé visa a «protecção e segurança marítima da região e do Golfo da Guiné» e possibilitará aos EUA de «reagirem» no caso de identificação de um navio suspeito. Entretanto fontes governamentais americanas garantiram que os EUA «não tem qualquer intenção de instarem uma base naval em São Tomé», contrariando as várias notícias que tem circulado sobre esta possibilidade.Do Golfo Pérsico para o Golfo da GuinéOs actuais factores de instabilidade e insegurança que se multiplicam no Golfo Pérsico, e especialmente o caos iraquiano, agravado agora pelo «relatório Baker», levou a administração norte-americana a orientar-se para o Golfo da Guiné, uma zona considerada mais estável. O Congresso norte-americano já considerara o Golfo da Guiné como uma região de «interesse vital» para os EUA, uma afirmação que está directamente associada ao petróleo, dado que a América é o primeiro consumidor e importador de petróleo do Mundo. Daí que os EUA pretendem até 2015 extraírem do Golfo da Guiné 25 por cento do seu «bruto», em detrimento do inseguro Golfo Pérsico.Washington tem multiplicado nos últimos anos a cooperação militar com os seus principais fornecedores de «bruto», Nigéria, Angola e Guiné Equatorial. No mesmo quadro São Tomé e Príncipe acolheu também uma equipa de formadores militares americanos da empresa MRPI (Military Professional Resources Inc.) considerada por alguns especialistas como uma empresa de características «mercenárias», da qual o principal cliente é o departamento de defesa norte-americano.Do ponto de vista estratégico militar, São Tomé e Príncipe tem sem duvida atributos geográficos ímpares que lhe permitem de se tornar num verdadeiro porta-aviões fixo em pleno Golfo da Guiné, observando países de regimes políticos frágeis e delicados, mas onde estão presentes várias plataformas petrolíferas norte-americanas, especialmente a ChevronTexaco e Exxon Mobil.
E de saliantar que no raio de 1000 km, existe uma população de 250 milhões de habitantes o que torna uma zona proveitosa para o comércio mundial. Razão pela qual vários grupos economicos se concentram em São Tomé e Principe como plataforma de actuação que visa a sua implementação nos paises em franco crescemento economico.